sexta-feira, 23 de maio de 2008

...seguindo na pré-produção









Segundo dia de ensaio...(Foto: Sérgio - que nos recebeu na In Concert para o ensaio)
Continuamos na parte harmônica, mas com a presença dos percussionistas Durval e Tiago que estão formulando as sonoridades que serão utilizadas. Pedi que não fossem utilizados a instrumentação convencional nas músicas de rítmos característicos de pernambuco.
Pra ficar mais universal.










(Foto: Depois do ensaio - os meninos, eu e os arranjos....hahahahahaha)


Tive cuidado nas letras também.
Não existe nenhuma letra com expressões regionais incompreensíveis ao resto do país, tipo aquelas músicas regionais que escutamos e parece que estão falando noutra língua sabe?
...Enfim, tudo está sendo pensado com muito cuidado e com muito carinho nesse trabalho.


...
Mesmo com um clima super leve, houve um contratempo desagradável da semana passada pra cá.
Já no primeiro encontro o Walter não se sentiu musicalmente à vontade pela forma de raciocínio musical que está sendo apresentada, nós estamos realmente mudando alguns conceitos, e
ele , por ser um músico característicamente vindo do choro e especializadíssimo em samba de raiz, se sentiu um pouco deslocado (falando sempre do estilo musical) então, após conversar com Ranniere o finalizamos o assunto com o Walter 07 cordas sendo substituído pelo excelente Humberto Mirabelli (violão e viola).

Percausos da vida né?!
Queria aqui, publicamente agradecer ao querido Walter:
Muito obrigada pelo seu carinho e alegria de sempre!!!!!
Nos encontraremos num breve futuro, se Deus quiser!!!!!

...
Sobre hoje...

Gente!
Quando o Humberto começou a tocar...eu pensei com meus borbotões..."era isso que eu estava sentido" (fazendo outro comentário... eu "vejo" canções como pessoas, esse show inteiro pra mim tem personalidade própria! Já tem rosto, tamanho, cor...!
E, como eu não estou tocando, fico sentindo falta de expressar esses pensamentos a respeito de cada faixa. O Humberto traduziu perfeitamente , pra mim é como se ele estivesse lido meus pensamentos, e eu nem falei nada...porque ele chegou hoje ainda pegando todos os arranjos...foi feeling mesmo...casou perfeitamente).

Falando dos arranjos... hoje pegamos mais 3.
Nossa!...O Ranniere caprichou mesmo na faixa "Saudade"...rsrsrsrs...saí encantada! Muuuuuito legal!Tá de parabéns!
Com certeza no arranjador (e pianista) eu acertei de primeira...rsrsrsrs!

Vamos pra frente! Sempre!
Estou ansiosa para fechar os arranjos do repertório do disco e mostrar o resultados pra vocês!
bjim
BB



segunda-feira, 19 de maio de 2008

Primeiro Ensaio

!
Começou.
Hoje acordei cedinho pra, finalmente reunir os músicos que me acompanharão na temporada de shows que tem início dia 03 de junho e também na gravação do dia 24 de junho.
Recebi o apoio da In Concert escola de música e produções para os primeiros ensaios (o ensaio foi lá).

Foi complicado chegar até esse primeiro ensaio.
Todos tão competentes, com a agenda cheia (graças a Deus né?)... Ranni super organizado, levou o laptop dele com os arranjos todos gravados (recurso que facilita imensamente a compreensão do repertório inédito - mesmo quando este está escrito).
Tiaguinho, que a princípio não iria, me ligou do aeroporto... estava chegando de 2 viagens seguidas (uma delas pra fora do país) pra confirmar o ensaio...rsrsrs
Se esse menino continuar assim, brevemente ele será um dos mais cotados profissionais do país.
Chega no trabalho deixando uma excelente impressão e sai do ensaio deixando uma melhor ainda (depois que ele toca).
Ensaiamos as 3 primeiras.
Ranniere tinha me dito que estava super feliz com a minha escolha de repertório, tinha falado comigo a respeito de uma música específica chamada "Saudade".
O mais legal é que Ranniere não sabe os autores das músicas, eu só mandei pra ele os MP3 com o nome de cada uma...
rsrsr
Tem música inédita de Geraldo Azevedo/Geraldo Amaral, João Lyra/Paulo Cesar Pinheiro, minhas com outros autores, Daniel Gonzaga, Irinéa Ribeiro, etc...
Essa que ele mencionou é uma inédita minha com Gilvandro Filho!
O que me deixa super feliz!!!

Foi a que ele mais gostou até agora, e foi o arranjo que eu mais gostei até agora tb!!!
:)
Bom né?!
Segue abaixo uma foto que eu tirei pra vcs irem acompanhando.

Gustavo Gama (Baixo), Walter 07 Cordas, Durval Pereira (Percussão), Tiaguinho da Serrinha (Percussão) e Ranniere Oliveira (Arranjados e teclados.



Timaço!






Bjs e
Até breve!
BB

sábado, 17 de maio de 2008

Cantando no "Parada da Lapa" - RJ


Ontem eu tive uma noite super agradável!!!!
Fui convidada pelo acordeonista Kiko Horta para estar com ele e com o seu novo grupo o "Virimexe" que estava se apresentando na casa de shows "Parada da Lapa" no Rio de Janeiro.



Alguns dos músicos que fazem parte dessa formação são também do grupo Rio Maracatu como por exemplo a Paty (vocalista), uma talentosíssima cantora!


No repertório da banda samba e forró, ontem participei dentro do segmento nordestino!
O público,que era fã
de um bom "bate-coxa", se lambusou na brincadeira e completou a diversão cantando junto, dançando ...enfim... se divertindo no meio do salão!
rs
Muito bom!!!!
Fui acompanhada da minha amiga Keise (que foi um doce em ter registrado essa participação).

Seguem abaixo fotos do local, que é um evento a parte!





...se vocês observarem tem um bondinho na logo.
É que o "Parada da lapa" fica dentro da Fundição Progresso (casa de shows enoooorme) praticamente em baixo dos arcos da lapa (onde passa o Bondinho de Santa Teresa).






Essa réplica do bondinho fica localizada na área externa da casa e também é um palco.
No dia 31 desse mês estarei lcantando aí em cima numa outra participação com o Rio Maracatu e o Siba numa super festa.

(observem que há a data de fundação da Fundição Progresso (que foi uma grande fábrica de ferro. Ainda há alguns sinais desses produtos pela cidade - outro dia eu passava por uma rua que tinha uma tampa de bueiro com a logo da fundição...rsrsrsrs...mt bom! Hj em dia nem dá pra associar uma coisa a outra)




Encerro aqui essa postagem agradecendo ao meu querido e talentoso amigo Kiko Horta pelo convite divertidíssimo, à Paty pelo carinho e receptividade ...enfim... aos meninos do "Virimexe"
muuuito obrigada pela generosidade musical!!!

sexta-feira, 16 de maio de 2008

..No ano que Dominguinhos comemora 50 anos de carreira e é homenageado dos festejos juninos no Nordeste...Em pleno século XXI...
É muito triste.
Eu sinto muito ter lido a reportagem abaixo.
Infelizmente existe uma maioria que se denomina "músico" na linguagem nordestina(se for isso mesmo eu não me enquadro na classe).

Observo as indicações para os prêmios de música há alguns anos...

A categoria musical a que me refiro, vem há muito tempo sem representatividade relevante para a renovação em indicações verdadeiramente falando.
Nada pessoal, mas a música nordestina, como qualquer outro segmento regionalista nesse imenso e continental país,
tem catacterísticas iguais ao samba(cito pela popularidade)...e que eu saiba, no samba tem-se uma ordem de respeito...
"branco" tá fora...
A partir de hoje vou procurar um adjetivo pra usar para o segmento nordestino também.

Enfim...
Pra variar a "pejela" continua.
O valor intelectual e cultural da música nordestina está indo pro lixo.
É inaceitável.

Abç,
Adryana BB




A música dos valores perdidos

Publicado em 06.05.2008, às 08h47 pelo jornalista José Telles

'Tem rapariga aí? Se tem levante a mão!'. A maioria, as moças, levanta a mão.

Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da
banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas bandas do gênero). As outras são 'gaia',
'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste
(mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista
teria dificuldades em deixar a cidade.

O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa
aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhando uma música da banda
Calipso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto.
Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de 'forró', e
Ariano exclamou: 'Eita que é pior do que eu pensava'. Do que ele, e
muito mais gente jamais imaginou.

Pruma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas
bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque
este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a
dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com
Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró
Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia
Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do
Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de
ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada),
Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma
sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do
forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente das
bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte
delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que
investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o
turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia,
quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas,
em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo
folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As
estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das
bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam
muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista
ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos
alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o
regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e
relevou o primitivismo estético,. Pior, o glamur, a facilidade
estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos
políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia,
que, por sua vez, dominava o governo.

A cantora Ceca foi uma espécie de Ivete Sangalo do turbo folk (ainda
está na estada, porém com menor sucesso). Foram comprados 100 mil
vídeos do seu casamento com Arkan, mafioso e líder de grupo
para-militares na Croácia e Bósnia. Arkan foi assassinado em 2000.
Ceca presa em 2003. Ela não foi a única envolvida com a polícia,
depois da queda de Milosevic, muitos dos ídolos do turbo folk
envolveram-se com a justa pelo envolvimento com a poderosa máfia de
Belgrado.

A temática da turbo folk era sexo, nacionalismo e drogas. Lukas, o
maior ídolo masculino do turbo folk pregava em sua música o uso da
cocaína. Um dos seus maiores hits chama-se White (a cor do pó, se é
que alguém ignora), e ele, segundo o Guardian, costumava afirmar: 'Se
cocaína é uma droga, pode me chamar de viciado'. Esteticamente, além
da pouca roupa, a sanfona é o instrumento que se destaca tanto no
turbo folk quanto no chamado forró eletrônico, instrumento decorativo,
ali muito mais para lembrar das raízes da música tradicional.
Ressaltando-se que não se tem notícia de ligação entre bandas de
'forró' e crime organizado. No que elas são iguaizinhas é que
proliferaram em meio a débâcle de valores estéticos, morais, e éticos,
e despolitização da juventude. Com a volta da governabilidade nas
repúblicas da antiga Iugoslávia, o turbo folk perdeu a força, vende
ainda porém muito menos do que no passado, hoje é apenas uma música
popular para se dançar, e não a trilha sonora de um regime condenado
por, entre outras lástimas, genocídio.

Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em
popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos
do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno
lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma
banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade,
com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas)
pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de
ordem. Quando canta uma canção (canção ?!!!) que tem como tema uma
transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é 'É
vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está
muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por
tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns
poucos anos.

JOSÉ TELES é crítico musical do Jornal do Commercio- Recife/PE

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Novo show! Novo CD!

Queridos amigos,
é com muita alegria que passo para contar o meu mais novo projeto musical!
Chama-se "Do Barro ao Ouro", é um projeto que nasceu de uma forma muito inusitada.
Como ainda estou me habituando com "ter um blog", então que seja de verdade!
Vou contar tim-tim por tim-tim!
:)
rsrsrsrs
O embrião de "fazer um novo CD" nasceu no segundo semestre de 2007, quando eu recebi o convite de uma empresa da indústria fonográfica para efetivamente lançar o meu produto no mercado.
Convidei então dois profissionais muito competentes para dirigir e produzir esse CD que eu resolvi que não seria autoral.
Procurei alguns compositores e montei um grande repertório onde fui pré-selecionando (o que eu cantaria sem problemas) para uma reunião de finalização de repertório . As últimas canções chegaram até a mim por intermédio direto e indireto dessa equipe.
Já tinha a "boneca" do que seria o meu próximo CD, mas vários fatores não permitiram o fechamento desse contrato.
Começaria então uma luta ferrenha entre a frustração e a persistência.
Acabou-se o ano, veio o carnaval, uma turnê, muitos meses e várias mudanças de produção, muitas idas e vindas... até que o Paulo Cesar Figueiredo (produtor que eu já conhecia desde o ano passado) comprou a briga comigo.
Nada fácil sair da inércia, a essa altura já tinha-se ido toda uma estrutura anterior restando só a matéria prima: Eu e o repertório imenso (inédito... e lindo..rsrs).
Ele (o Paulinho) conseguiu uma parceria com a Alcatéia, um selo muito simpático daqui do RJ e com um telefonema, como se por passe de mágica, tínhamos um puta teatro com a data super especial 24/06, que é dia de São João.
A partir daí, o trabalho já existia, mas estava plasmado nas mentes de nós dois...rsrsrs
O que fazer quando se mora no sudeste, trabalha-se com música nordestina, vai-se montar um trabalho nordestino para o São João sabendo-se que existem uma meia dúzia de bons profissionais que tocam acordeão nessa área?
Obviamente todos estão agendados.
Pensei muito sobre como obter um bom resultado, afinal de contas seria uma gravação ao vivo.
Conversei com o Paulinho e expliquei o que eu gostaria que fosse feito.
Gostaria de um show com a alma nordestina de verdade.
Poderia ser até que não estivessem presentes os intrumentos característicos...Poderia até ser que a princípio as pessoas ficassem ressabiadas com a disposição musical, mas a partir do momento em que o som fosse ouvido em sua verdade, seria rapidamente indentificado.
Chamei então Ranniere Oliveira (pianista e arranjador do projeto) para conversar.
Falei do meu desejo e sugeri a formação com 2 percussões e um baixo acústico. Ranniere veio com a idéia de um violão, eu sugeri um de 07!
Estava feito!
Ranniere definiu em uma só frase o que eu estava sentindo o "Som de madeira".
Era isso!
Conversamos também sobre o sentimento desse show, da importância da música nordestina para o mundo e sobre a forma que ela sempre foi encarada por todos, sendo uma "música popular".
Mas isso não significa que não tenha nenhum requinte...
Daí veio o nome do show:
"Do Barro ao Ouro".
Essa história também não é a conclusão de uma história heróica, pois as adversidades que a vida traz são muito cruéis.
Depois que o Paulinho veio trabalhar comigo, encontramos várias outras grandes dificuldades, como problemas de saúde que quase não deixaram que marcássemos nenhum show.
Mas como ele mesmo diz
"Ninguém se esforça à toa. Os frutos sempre vêm!"

E foi o que aconteceu.
Escolhi todos os profissionais desse projeto pessoalmente, e acredito que tenhamos muitas alegrias pela frente!
A partir de hoje, estarei postando o "passo-a passo" de toda a produção desse CD, com fotos de ensaios e todos os bastidores dessa produção.
Espero que todos vocês sintam-se parte dessa história e, se puderem, que estejam ao vivo para o registro dela em CD.
Até breve!!!!
Adryana BB